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A História do Movimento Bandeirante

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Robert Baden-Powell

Quem quiser compreender bem o Movimento Bandeirante precisa conhecer o homem que criou o Escotismo e o Bandeirantismo: Baden-Powell, conhecido carinhosamente pelos Bandeirantes e Escoteiros de todo o mundo como “B-P”.   

De família simples, Lord Robert Stephenson Smith Baden-Powell, filho de um professor e reverendo da Igreja Anglicana, Reverendo Baden Powell, e de uma professora primária e possuidora de grande talento para desenho e pintura, Henrietta Grace Smith, nasceu em Londres, Inglaterra, em 22 de fevereiro de 1857.

Em 1907, usando as técnicas que desenvolveu na guerra como tenente-coronel do Exército Inglês e com sua visão de vanguarda sobre educação, B-P iniciou o Movimento Escoteiro como uma “proposta para jovens que quisessem se preparar para a vida, viver aventuras e promover a paz” (B-P).

O Movimento Bandeirante na Inglaterra

A história do Movimento Bandeirante (MB) começa em 1909, na Inglaterra, quando durante a Reunião Escoteira do Palácio de Cristal, um grupo de moças com uniformes azul-marinho, chapéu scout, lenços, mochilas brancas e compridas meias pretas se apresentou a Baden-Powell. Surpreso com a presença feminina, B-P se dirigiu a elas. As moças se apresentaram e disseram que queriam também ter a oportunidade que os meninos estavam tendo.

B-P não pode recusar este pedido, afinal, já eram muitas as moças que começavam ler seu livro Escotismo para Rapazes e seguir os princípios do Escotismo. No entanto, Baden-Powell não propôs que o movimento para as meninas fosse apenas uma versão feminina do Escotismo, mas sim um movimento irmão ao Escoteiro. Isto é, um novo movimento com os mesmos princípios, mas que estivesse de acordo com as necessidades, possibilidades e interesses das meninas e moças naquele momento.

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A história do Movimento Bandeirante (MB) começa em 1909, na Inglaterra, quando durante a Reunião Escoteira do Palácio de Cristal, um grupo de moças com uniformes azul-marinho, chapéu scout, lenços, mochilas brancas e compridas meias pretas se apresentou a Baden-Powell. Surpreso com a presença feminina, B-P se dirigiu a elas. As moças se apresentaram e disseram que queriam também ter a oportunidade que os meninos estavam tendo.

B-P não pode recusar este pedido, afinal, já eram muitas as moças que começavam ler seu livro Escotismo para Rapazes e seguir os princípios do Escotismo. No entanto, Baden-Powell não propôs que o movimento para as meninas fosse apenas uma versão feminina do Escotismo, mas sim um movimento irmão ao Escoteiro. Isto é, um novo movimento com os mesmos princípios, mas que estivesse de acordo com as necessidades, possibilidades e interesses das meninas e moças naquele momento.

Desta forma, o nome escolhido por B-P para o movimento que começava a nascer foi Girl Guides (Meninas Guias, em inglês). Que traz a imagem daqueles que abrem caminhos, que vão à frente, e abrem passagem para outros.

Para criar este novo movimento, B-P pediu a ajuda de sua irmã Agnes Baden-Powell. Ela se animou muito com a ideia e escreveu o primeiro livro para as Girl Guides chamado “The Girl Guide Handbook or How Girl Can Help to Build the Empire” (O Manual das Girl Guides ou Como podem as Meninas Ajudar a Construir o Império – isto é, o Reino Unido).

 

Posteriormente Baden-Powell publica outro livro chamado Girl Guiding (Guidismo, ou Bandeirantismo, como chamamos aqui no Brasil) no qual apresenta entre outras coisas, a Promessa e o Código Bandeirante – os fundamentos do Movimento.

               

Agnes foi fundamental para o nascimento do Guidismo. Ela era uma mulher muito ativa, cheia de ideias e habilidades. Agnes trabalhou muito para o crescimento do Método Bandeirante, escreveu panfletos de esclarecimento aos pais, propôs, junto ao seu irmão, o uniforme próprio para as meninas, entre outras coisas que foram criando a identidade do Movimento das Girl Guides.

 

Em 1912 é fundada a Associação Mundial das Girl Guides, da qual Agnes Baden-Powell se tornou a 1ª Presidente. Assim, oficializou-se o movimento, que se expandiria por todo o mundo. No entanto, o ano que marca o nascimento do Bandeirantismo permanece sendo 1909 – graças à ousadia das meninas no Palácio de Cristal e a prontidão de B-P em pensar um movimento para as meninas e moças junto a sua irmã mais nova.

O Movimento Bandeirante no Brasil

Tudo começou com uma carta

 

Em 1914, Lady Olave Baden-Powell, esposa de B-P, entra para o Movimento das Girl Guides e começa a trabalhar com Agnes Baden-Powell. Apaixonada pelo Movimento, Olave juntou-se a Agnes no trabalho de consolidação do Movimento. Olave trabalhou muito no fortalecimento e expansão do Bandeirantismo no mundo, inclusive no Brasil.

 

Logo após o fim da Primeira Guerra Mundial, Olave Baden-Powell enviou uma carta ao Brasil, propondo a fundação do Movimento das Girl Guides no país. Sr. Barclay, amigo de Olave que viajava para o Rio de Janeiro a negócios, se responsabilizou pela correspondência, e a entregou nas mãos da família Lynch. No dia 30 de maio de 1919, a senhora Adéle Lynch promoveu uma reunião em sua casa com autoridades e senhoras interessadas no Movimento. Entre os convidados estava May Mackenzie, canadense residente no Brasil que já havia participado do movimento na Inglaterra, e Jerônyma Mesquita, cunhada do Sr. Lynch e conhecida por trabalhos educacionais e sociais.

O Movimento das Girl Guides se apresentava como uma proposta de educação pioneira, por acreditar na importância da mulher em assumir um papel mais atuante nas mudanças da sociedade. Essa característica cativou as pessoas que estavam na casa da Sra. Lynch, como Jerônyma Mesquita, que dedicou sua vida ao Bandeirantismo e foi homenageada com o título de Chefe Fundadora do Movimento Bandeirante brasileiro.

 

Surgia a Associação das Girl Guides do Brasil (primeiro nome da instituição). Em 13 de agosto de 1919, realizou-se a cerimônia de promessa das 11 primeiras bandeirantes brasileiras – data oficial de fundação do Movimento Bandeirante no país.

 

Com o início do processo de expansão, a Chefe Jerônyma Mesquita, solicitou ao professor Jonathas Serrano um nome nacional às Girl Guides. Este buscou na história do Brasil o sentido adequado a ideia original de B-P, e escolheu o nome “Bandeirantes” que significa “aqueles que abrem caminhos” e a instituição adotou o nome na época de Federação das Bandeirantes do Brasil.

Os primeiros passos do Movimento Bandeirante

Mulheres como Maria de Lourdes Lima Rocha foram importantes para que o Bandeirantismo se tornasse forte e se firmasse no Brasil. Conhecida por todos como Chefe Lourdes, Maria de Lourdes era professora e pedagoga, e fundou a Companhia do Sagrado Coração de Jesus, em Botafogo. A primeira sede exclusivamente do Movimento Bandeirante foi inaugurada em setembro de 1927, construída na Matriz do Sagrado Coração de Jesus, onde funcionava também a Companhia. Neste mesmo ano é iniciada a publicação do jornal “Bandeirantes”, editado até a década de 1990.

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O Movimento Bandeirante, no ano de 1928, rompe barreiras sociais e comportamentais para as mulheres da época, em especial para as que compunham a elite da sociedade brasileira, classe da qual todas as Bandeirantes do período pertenciam. Foi realizado o primeiro Acantonamento para chefes na cidade de Itaipava, no Rio de Janeiro, que levou as moças para longe de seus cotidianos domésticos.

 

Além disso, o campo de atuação das Bandeirantes se estendeu para escolas municipais, favelas e bairros proletários, um escândalo na década de 1920.

 

O Brasil, em 1930, torna-se membro oficial da Associação Mundial de Bandeirantes (World Association of Girl Guides and Girl Scouts), criada em 1928 em Londres, na Inglaterra.

O Movimento Bandeirante foi se solidificando e se expandindo, e chegou a outros Estados do Brasil, assim como a outros grupos sociais. Em 1937, por exemplo, é organizado pela Chefe Lourdes uma Companhia Bandeirante no Instituto Benjamin Constant, primeira e única Companhia para meninas com deficiência visual. A década de 1940 é marcada pela integração e intercâmbio entre as Regiões (hoje chamadas Estados). As Bandeirantes começam a viajar pelo Brasil e criar uma unidade nacional entre as meninas.

Ao mesmo tempo, o Movimento Bandeirante se organizava. A ideia de criar uma sede-central era reflexo da necessidade de oferecer uma situação mais sólida à instituição, e de permitir o crescimento do Movimento Bandeirante, que ainda encontrava dificuldades para que isso acontecesse.

Quinze anos e muitos, muitos tijolos

 

A atual sede nacional do Movimento Bandeirante, no Rio de Janeiro, foi inaugurada em 19 de março de 1959, com a presença do então Presidente da República, Juscelino Kubitschek. Foram 15 anos de grande empenho e mobilização para que a obra pudesse ser concluída, e muitos ajudaram nesta construção, com pequenas ou grandes contribuições.

 

A dedicação das Bandeirantes foi fundamental para que o sonho de se erguer uma sede própria pudesse ser possível. A “Campanha dos Tijolos” mobilizou meninas e moças de todas as partes do país, que se esforçaram para arrecadar qualquer quantia que ajudasse na compra de cimento e tijolos.

 

A presidente da instituição no período, Maria José de Queiroz Austregésilo de Athayde (Dona Jujuca), assim como as bandeirantes-chefes Maria Luiza de Vasconcellos e Rosita Sampaio Bahiana (uma das 11 Bandeirantes a fazer a promessa), foram as responsáveis por levar à frente esse projeto.

 

A construção da Sede Nacional daria maior estabilidade e possibilitaria a expansão do Movimento Bandeirante no Brasil.

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A década de 1960: pensando o Movimento Bandeirante no Brasil

A década de 1960 representou um desafio para o Movimento Bandeirante. Este foi o período de reformulação do programa e da estrutura do Movimento, e da elaboração de um projeto de coeducação, ou seja, o incentivo às atividades mistas. Meninos e rapazes são convidados agora a participar do MB.

 

Nos anos de 1968 e 1969, o MB comemora seus 50 anos no Brasil. O Jubileu de Ouro é marcado por uma série de atividades, como o Acampamento Internacional de Brasília, que reuniu 300 participantes do Brasil e do exterior. A cerimônia da “Cápsula do Tempo” é emblemática nas comemorações do Jubileu de Ouro. Foi colocado um marco de pedra em frente à sede nacional, no Rio de Janeiro. Sob esta pedra está a “Cápsula do Tempo”, um cilindro doado pela Marinha do Brasil onde estão guardados objetos, documentos, mensagens e diversas informações sobre os Bandeirantes da época. A cápsula será aberta somente em 2019, ano de comemoração dos 100 anos do Movimento Bandeirante no Brasil.

 

Os anos 60 marcaram o país e o mundo, com as manifestações juvenis de protesto e contestação das normas e instituições sociais. Regimes políticos autoritários são instaurados em diversos países, como no Brasil, com o golpe militar em 1964. O Movimento Bandeirante, no entanto, como instituição de educação para a cidadania, sempre preservou a autonomia e o protagonismo do jovem em suas atividades.

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O Movimento Bandeirante hoje: maturidade e jovialidade

 

Nas últimas seis décadas, o Movimento Bandeirante empenhou-se ainda mais em incentivar a participação dos Bandeirantes junto à comunidade. Os projetos do MB começam a discutir saúde preventiva, alimentação e nutrição, educação, cultura, meio ambiente etc.

 

O Movimento Bandeirante que, inicialmente, se destinava à formação de meninas e moças – tendo um papel fundamental na ampliação e participação feminina na sociedade da época, solidificou sua proposta de coeducação iniciada com a reformulação institucional entre os anos 1969 a 1974, no entanto, apostando na mudança, abre suas portas aos meninos e rapazes. Mas a presença expressiva de meninos e rapazes ocorre efetivamente no final dos anos noventa e, a partir do Estatuto de 2004, a instituição é denominada como Federação de Bandeirantes do Brasil.

 

O resultado de suas ações foi o reconhecimento, por entidades nacionais e internacionais, de suas atividades comunitárias, além do crescimento da instituição em vários estados brasileiros, tendo formado mais de um milhão e meio de crianças e jovens.

 

Os 104 anos de história do Movimento Bandeirante no Brasil devem-se à dedicação, persistência e amor ao Bandeirantismo dos seus personagens. Uma história que começou em 1919, com a chegada da carta de Olave Baden-Powell, e é construída todos os dias pelas crianças, adolescentes, jovens. Esse é o verdadeiro espírito Bandeirante: a juventude.

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